A reflexão “Desafios pastorais da pandemia à Igreja em Portugal”, aprovada a 13 de novembro de 2020 na Assembleia Plenária da CEP e divulgada a 1 de janeiro de 2021, vem no seguimento do documento “Recomeçar e Reconstruir – Reflexão da CEP sobre a sociedade portuguesa a reconstruir depois da pandemia Covid-19”, aprovado a 16 de junho na Assembleia Plenária da CEP.
I – A IGREJA E A PANDEMIA
1. A Igreja em Portugal, através dos seus bispos, sente-se unida a quantos foram diretamente atingidos pela pandemia e sofrem nas suas casas e famílias, nos lares e nos hospitais, na Igreja e suas instituições, pedindo a bênção de Deus e a recuperação da saúde e da esperança para as suas vidas. Partilha, igualmente, a dor das famílias que perderam os seus entes queridos, confiando-os aos braços misericordiosos do Senhor, assim como a angústia dos que perderam ou viram substancialmente reduzidos os seus rendimentos necessários a uma vida condigna.
2. A Igreja quer manifestar reconhecimento e gratidão a todos os que mais de perto têm tido a missão de conduzir o país, mesmo com decisões difíceis, aos prestadores de serviços na saúde, nas escolas, nas instituições de solidariedade e a todos os voluntários que enfrentam mais de perto todo o tipo de riscos. A Igreja pensa em todas as pessoas de diversas profissões e atividades humanas que não pararam de trabalhar para que outros pudessem sobreviver encerrados em suas casas; pensa em todos os que fazem da vida um dom aos irmãos; pensa nos especialistas e investigadores; lembra os profissionais das casas de idosos e dos hospitais que conseguem acrescentar um “algo mais” e bem precioso às obrigações e horários, e que fazem da vida um talento e uma dádiva; lembra os autarcas nas diversas funções para que foram eleitos e as forças de segurança e de proteção civil; lembra as pessoas com deficiência, nas instituições e em casa de família; lembra e encoraja os párocos e outros agentes pastorais no enorme esforço de adaptação e presença no meio do seu povo. A todos garante a sua solidariedade e oração.
3. Com este documento, a Igreja procura discernir desafios pastorais e lançar alguma luz sobre o que vivemos. Mais que conclusões apressadas, que o Espírito nos conceda a Sabedoria. O primeiro desafio que se coloca à Igreja e ao mundo é saber “habitar este silêncio”. Só assim conseguirá ouvir Deus que nos deixou ficar “sem palavras”, bem como o grito da terra e o grito da Humanidade.
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