Está a decorrer em Marselha, de 1 a 3 de dezembro, o Congresso Mundial da Organização Internacional da Escola Católica (OIEC) subordinado ao tema “A escola como um corpo de esperança para mudar o mundo”.
Participam cerca de 450 pessoas de 62 países dos 5 continentes, que ilustram bem a universalidade da Escola Católica, presente em toda a parte e nas situações e contextos mais variados, muitos dos quais adversos.
Aprender a viver e a crescer juntos num mundo marcado pela diversidade cultural e religiosa e pela busca da dignidade da pessoa humana tem sido o denominador comum nas conferências e mesas redondas já realizadas.
O mote de todo o Congresso foi dado no primeiro dia pelo Cardeal Jean-Marc Aveline, arcebispo de Marselha, que falou sobre a “esperança”, relatando a sua experiência como prelado de uma diocese charneira com outro continente, fonte de outras culturas e religiões, e que é um autêntico “laboratório vivo do disfuncionamento do mundo”. Partindo do termo “espoir” – uma “esperança” que do presente se projeta no futuro – o Cardeal Aveline propõe a “espérance” – uma “esperança” que transforma o presente a partir do futuro, ou seja, a partir da Ressurreição de Cristo. Esta “espérance” tem subjacente a “catolicidade”, chegando a todos e acolhendo todos, com caminhos próprios, fundados no Evangelho, que passam por olhar a história a partir dos fracos, dos vencidos, dos desprotegidos. Os povos do Mediterrâneo são, pois, um desafio para a Igreja (e para a sociedade), que não pode ser descurado nem desvalorizado.
Outro momento alto do primeiro dia do Congresso foi o testemunho de responsáveis de escolas católicas existentes em países e regiões em que a religião cristã é minoritária e o ambiente político e social hostil. Também aqui, a Escola Católica procura manifestar a sua “catolicidade”, aceitando quem é diferente, educando para o respeito e para a tolerância, sem deixar de ser fiel à sua identidade, assente na Pessoa de Jesus Cristo.
A delegação portuguesa é composta por representantes do SNEC – Fernando Moita – e da APEC – Fernando Magalhães, Manuel Lourenço e Jorge Cotovio –, assim como por quatro diretoras e docentes de duas escolas católicas pertencentes à Congregação das Irmãs de S. José de Cluny – os Colégios de Nossa Senhora da Assunção, em Anadia, e da Rainha Santa Isabel, em Coimbra.
A OIEC tem sede em Roma e comemora, no decorrer deste Congresso, o 70.º aniversário da sua criação.