Igreja/Portugal: «Uma verdadeira escola católica não é para se fechar, pelo contrário» – Fernando Moita

Diretor do SNEC diz que congresso nacional pode ajudar a «solucionar» desafios como a integração de alunos e falta de professores

Foto: João Cláudio Fernandes

Fátima, 10 out 2024 (Ecclesia) – O diretor do Secretariado Nacional da Educação Cristã (SNEC) identificou desafios das Escolas Católicas em Portugal, como a falta de professores e o acolhimento de “todos” os alunos”, falando no II congresso destas instituições.

“As Escolas Católicas, neste momento, estão a ser também o local de procura de muitos alunos cujas famílias vêm de outros países, e cá estão, com o seu ideário, com os seus sentimentos, com o seu carinho, à boa maneira evangélica, de os acolher, de os integrar”, disse Fernando Moita, sobre desafios que querem “aceitar com radicalidade”, em declarações aos jornalistas, em Fátima.

Segundo este responsável, a instituição de ensino “quando é uma Escola Católica verdadeira” não é para se fechar, “antes, pelo contrário, é para se abrir”, porque a identidade da Escola Católica “nunca é exclusiva, é sempre inclusiva”.

Portugal conta com 122 escolas católicas, com mais de 65 mil alunos, 5300 docentes e 3300 trabalhadores não docentes.

A Associação Portuguesa de Escolas Católicas (APEC) e o SNEC estão a promover o II Congresso Nacional da Escola Católica, com o tema ‘Escola católica – identidade e pacto num mundo global’, esta quinta-feira e sexta, no Centro Pastoral Paulo VI.

“Os tempos agitados são sempre momentos ótimos para que cada um, enquanto pessoas, enquanto instituições, nos seguremos naquilo que é a nossa própria identidade; o Papa Francisco está-nos sempre a dizer que nós vivemos numa sociedade de emergência”, desenvolveu.

Segundo o diretor do SNEC, as Escolas Católicas têm também a “realidade desafiante” da formação de professores, e de “alguma falta”, estas instituições estão a tentar que “nenhum aluno, nenhuma turma, fique sem as aulas”.

O entrevistado espera que este congresso nacional ajude a “solucionar estas questões”, através do conhecimento e do diálogo uns com os outros, “a verificar como cada um foi encontrando a resposta para estas preocupações”.

Numa mensagem em vídeo enviada ao congresso, o prefeito do Dicastério para a Cultura e a Educação (Santa Sé), D. José Tolentino Mendonça, afirmou que as Escolas Católicas representam “uma grande rede de esperança”, e tornam-se para muitas famílias “a oportunidade de contacto com a Igreja e com a fé”,

Foto: João Cláudio Fernandes

Fernando Moita sublinhou que as Escolas Católicas “são, muitas vezes, nalgumas realidades, quase um primeiro anúncio”, um primeiro contacto com a realidade do Cristianismo, “com a realidade da fé, dos valores cristãos”, porque muitas famílias “não têm uma vida eclesial, não têm uma vida paroquial”.

Para o diretor do SNEC, esse primeiro contacto que as Escolas Católica podem oferecer a esses alunos, com a novidade do Cristianismo, “com o perdão anunciado por Jesus Cristo, com esse grande hino das bem-aventuranças”, “é uma grande bênção e é uma riqueza da presença das escolas católicas na sociedade”.

O Secretariado Nacional da Educação Cristã da CEP tem “três pulmões”, a Escola Católica, a disciplina de Educação Moral e Religiosa Católica (EMRC), e o setor da Catequese; a Escola Católica e EMRC “querem trabalhar em conjunto”, mas, esta disciplina, na escola pública como na escola privada, “serve muitas vezes para alargar os horizontes”.

O II Congresso Nacional da Escola Católica, que reúne cerca de 350 participantes. tem um programa com conferências, painéis, exposições e atividades performativas, onde os organizadores procuram abordar os sete compromissos do Pacto Educativo Global, e vai terminar com uma sessão sobre a liberdade de educação, com o professor Mário Pinto.

LJ/CB/OC

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