Na preparação daquela Páscoa do Senhor, tanta gente sem nome. E nestes dias da nossa Páscoa, e da Páscoa da Ucrânia e da Rússia, tanta gente sem nome também…
Não há registo da identidade do dono do burro naquela entrada em Jerusalém. Como não sabemos o nome de tantos motoristas de carro e autocarro que, por estes dias, transportam gente de quem não sabemos nome também…
Não há registo do nome daquele a quem pertencia aquela «sala grande mobilada e pronta» no piso de cima e de quem a preparou para aquela Ceia. Como também não sabemos o nome dos milhares que, mundo afora, prepararam espaços para receber quem chegava e dos milhões que doaram tanto para tantas ceias que não se fariam… e tantos recebidos nas nossas escolas católicas.
Não há registo do nome dos que, integrando a turba, gritavam: «À morte, à morte! Crucifica-O!». Como também não sabemos o nome de tantos que por estes dias matam por essas cidades de nome estranho para nós…
Não há registo do nome daquele que, vestido de branco, junto à pedra rolada, perguntou e anunciou: «A quem procurais? A Jesus de Nazaré? Não está aqui. Ressuscitou!». Hoje, pedimos a Deus que esse ser tenha nome e se chame “Anjo da Paz”.
Glória ao Senhor Ressuscitado e Ressuscitador!
Em nome da nossa direção, Santa Páscoa do Senhor,
Diác. Fernando Magalhães
Imagem: Giotto di Bondone, Resurreição de Cristo, 1304-06, Fresco