Jorge Cotovio
As 122 escolas católicas, os 5300 educadores docentes, os 3300 educadores não docentes e os mais de 66 000 alunos merecem esta especial atenção da parte da Igreja. Todos, em conjunto, são um tesouro que urge estimar, apoiar e promover.
A celebração dos 25 anos da Associação Portuguesa de Escolas Católicas foi o audaz pretexto para a APEC, em conjunto com o Secretariado Nacional da Educação Cristã (SNEC), promover o II Congresso Nacional da Escola Católica, com a parceria científica do Instituto Religare da Faculdade de Teologia da Universidade Católica Portuguesa.
Fátima – “altar do mundo” –, nos dias 10 e 11 de outubro de 2024, será palco de uma reflexão sobre o tema «Escola Católica – identidade e pacto num mundo global». Especialistas de vários campos do saber, complementados com testemunhos de pessoas que vivem a realidade da escola e da sociedade, dão corpo a um programa ambicioso que procura promover a identidade e a missão da Escola Católica e afirmar o seu papel marcante e insubstituível nos tempos atuais (como foi nos tempos passados e será nos tempos vindouros).
O manto que cobrirá todo o evento é o “Pacto Educativo Global”, proposto pelo Papa Francisco, há cinco anos. Em conferências e painéis, serão ilustrados os seus sete compromissos, centrados na “pessoa” – que deve estar no centro de tudo, tendo como referência a Pessoa de Jesus Cristo – e com a especial preocupação nas gerações mais novas, nas famílias, nos mais vulneráveis, no mundo complexo da economia e da política, na nossa Casa comum. Mas também haverá oportunidade para, além de conhecermos melhor a memória da Escola Católica e da APEC, ouvirmos Isabel Capeloa Gil falar sobre “O papel da Escola Católica no mundo em mudança” – ou não fosse a Isabel uma cidadã do mundo, com a sua vastíssima experiência internacional – e Mário Pinto falar sobre a liberdade de educação – ou não fosse o Mário uma das personalidades que mais tem lutado por ela.
Vinte e cinco anos após a criação formal da APEC, e vinte e um anos após o I Congresso, há a gravíssima obrigação de recordar (“trazer ao coração”) os cabouqueiros. E por entre eles – e são muitos! – é justo destacar o rasgo destemido do Bispo Albino Mamede Cleto, que, como presidente da Comissão Episcopal da Educação Cristã, foi a voz da Conferência Episcopal Portuguesa para este desafio ingente e nunca totalmente consumado: congregar as escolas católicas (potenciando os seus carismas), em torno da identidade comum – Jesus Cristo – para responderem ao mandato do Mestre, há dois mil anos lançado – “Ide e ensinai”!
As 122 escolas católicas, os 5300 educadores docentes, os 3300 educadores não docentes e os mais de 66000 alunos (e suas famílias) merecem esta especial atenção da parte da Igreja. Todos, em conjunto, são um tesouro que urge estimar, apoiar e promover. Oxalá os governantes e os políticos e a sociedade em geral saibam, igualmente, reconhecer a missão verdadeiramente notável prestada à sociedade pela Escola Católica ao longo da sua longa história, e o seu inestimável papel hoje.
Que este congresso, este momento único e irrepetível da História da Salvação, seja por todos nós sentido como um presente “com sentido” (e “consentido”), com energia capaz de, mau grado as adversidades, olhar o futuro com Esperança.