José Manuel Silva, Professor, gestor educacional, consultor
Realizou-se no passado fim de semana, em Fátima, o II Congresso Nacional da Escola Católica, que reuniu colégios de todo o país. “Identidade e Pacto num Mundo Global” foi o mote para um encontro em que se discutiram as questões atuais mais impactantes para as escolas e as famílias.
Os estabelecimentos de ensino de matriz católica são um ativo muito importante do país e não é por acaso que muitos têm vindo a celebrar um centenário, como ocorre em Leiria com o colégio de Nossa Senhora do Rosário de Fátima.
Muito antes da generalização do ensino estatal foram as escolas católicas que no Portugal profundo, assim como nas principais cidades, asseguraram um ensino de qualidade e permitiram a muitos portugueses progredir nas letras e nas profissões. E é bom não esquecer o papel dos seminários, que acolheram milhares de rapazes, que nunca chegaram a ser ordenados padres, mas que se libertaram da pobreza e da ruralidade e alcançaram formações secundárias ou superiores que de outra forma nunca teriam conseguido.
Também não é por acaso que nos rankings anuais os primeiros lugares são preenchidos por instituições católicas e isso só é possível pela qualidade que as famílias reconhecem a um ensino com propósito e valores.
A mais-valia dos colégios católicos é a sua matriz comum fundada num corpo de princípios e valores com dois mil anos, em lideranças fortes e motivadoras, em princípios organizativos coesos e em exigências comportamentais e de respeito mútuo expurgadas de relativismos que induzem a ilusão de que tudo é admissível e permitido.
Não obstante o seu legado, as escolas católicas continuam a ser objeto de preconceito c de discriminação por quem é incapaz de reconhecer o óbvio, a importância da Igreja Católica na construção da identidade nacional e o seu papel relevante na educação das novas gerações.
in jornal REGIÃO DE LEIRIA