Como todos sabemos, Deus chamou a Si Bento XVI. Nesta hora, damos graças a Deus pelo dom daquele que Ele nos deu como Papa entre 2005 e 2013, em favor da Igreja e dos homens.
No que ao ensino e à educação diz respeito, gostaria de destacar dois aspetos em Bento XVI: um ao nível da sua pessoa, o outro ao nível daquela que me parece ser a ideia central que, do seu magistério, podemos destacar para a educação.
No que à sua pessoa diz respeito, é imprescindível evocarmos o que Joseph Ratzinger foi em parte substantiva da sua vida: professor. E, a esse nível, ressaltar no seu perfil o melhor que se pode colher para o perfil de um professor: a atenção e proximidade ao aluno, o rigor, a preparação, a solidez, uma visão muito alargada da realidade. E uma enorme paixão por tudo isto fazer: investigar e ensinar. São disso testemunho aqueles que foram seus alunos – recordo-me do Professor Henrique Noronha Galvão nos falar de viva-voz destes aspetos daquele que tinha sido seu professor – e é isso também que se deixa entreler a nós que o não fomos, mas que o lemos ou estudámos.
Em relação à ideia central para a educação, seja ela católica ou não, parece-me que ela é absolutamente coincidente com uma ideia central do seu magistério: a da afirmação da verdade, em combate ao relativismo. Parece-me de facto que esta foi a principal missão que o Papa confiou à educação: a afirmação da verdade, a afirmação inequívoca de que há uma verdade, em absoluto contraste com a ditadura do relativismo, a ideia de que tudo é relativo. E fez isto até ao fim, com aquele magnífico último parágrafo do seu testamento espiritual, antes das palavras de despedida. “(…) Não vos deixeis confundir. (…) Jesus Cristo é realmente o caminho, a verdade e a vida (…).”
Rezemos a Deus para que agora ele contemple, sem véus, aquela verdade que tanto desejou, amou e anunciou.
Em nome da nossa Direção, em comunhão de oração com todos,
Fernando Magalhães
Presidente da Direção
Imagem: © Fondazione Vaticana Joseph Ratzinger-Benedetto XVI