O Prémio de Melhor Professor do Mundo de 2019 foi atribuído ao frade Peter Tabichi, professor na Escola Secundária Keriko, em Pwani, no Quénia (uma região com muitas carências económicas). O padre Peter é um frade franciscano de 36 anos, professor de matemática e de ciências, destacou-se entre dez mil candidatos de 179 países pelo facto de ser um homem generoso, onde doa cerca de 80% do seu ordenado para ajudar os alunos mais carenciados da sua escola, sobretudo aqueles que não podem pagar os livros e o uniforme.
O professor de matemática e de ciências têm turmas lotadas com 70, 80 alunos. Mais do dobro daquilo que é permitido em Portugal. A grande maioria dos alunos daquela região é de famílias pobres. Muitos são órfãos e têm estado expostos à toxicodependência, gravidez precoce, abandono escolar, etc. Muitos deles andam 7 km a pé para chegarem à escola. Perante este cenário, o rendimento escolar não era muito… O franciscano marcou a diferença. Convencendo 4 de seus colegas foram ao encontro dos pais, identificando as causas do problema. Ofereceram gratuitamente aulas de recuperação aos alunos mais carenciados da escola.
A sua dedicação, o seu trabalho, a sua perseverança, permitiram que a sua escola e os seus alunos ganhassem vários prémios e fosse reconhecida a nível nacional.
A chave do seu sucesso está na criação de um clube de ciências onde os jovens, apesar dos recursos limitados (fraca ligação à internet e a existência de um só computador) conseguem fazer experiências. O seu sonho é que a África consiga produzir cientistas, engenheiros, empresários e que seja autossustentável.
Aos fins-de-semana, Tabichi ensina as famílias mais carenciadas a cultivar as suas terras áridas, de um modo mais eficiente e ecológico. Procura semear concórdia numa região que possui 7 tribos e que em 2007 terminou em massacre. Por essa razão, criou um clube de paz onde promove convívios e atividades em conjunto.
Na entrega do prémio que decorreu no dia 24 de março, no Dubai, o franciscano Peter Tabichi disse com muita humildade: “Este prémio não é um reconhecimento para mim, mas aos jovens desse grande continente. Só estou aqui porque os meus alunos conseguiram isso. Este prémio dá-lhes uma oportunidade: dizer ao mundo que eles podem ser o que quiserem”.
Tabichi, emocionado pela distinção, agradeceu ainda ao seu pai por lhe ter proporcionado uma educação católica.
O Amigo do Povo, 7.4.2019
Foto Vatican News